[O 2a, 2]

Sob o peristilo nordeste do Palais-Royal encontrava-se o Café des Aveugles. “Lá, uma meia dúzia de cegos do asilo dos Quinze-Vingts tocava incessantemente uma música quase ensurdecedora, das seis horas da tarde à uma hora da manhã, pois esses estabelecimentos subterrâneos só ficavam abertos ao público do crepúsculo à aurora. Era o ponto de encontro predileto de conhecidas Laíses e Frinéias, sereias impuras, que tinham pelo menos o mérito de dar movimento e vida a esse imenso bazar de prazeres — hoje triste, sombrio e mudo, como os lupanares de Herculano. Histoire des Cafés de Paris Extraite des Mémoires d’un Viveur, Paris, 1857, p. 7.